A
oposição à candidatura
de Chuck Hagel para Secretário de Defesa dos Estados Unidos foi tão intensa que
muitos analistas previram que Obama não iria à frente com a nomeação. Estavam
errados!
A decisão de nomear um extremo isolacionista para esta
posição manda uma mensagem gélida sobre a direção que Obama irá tomar em sua
política externa nos próximos quatro anos. Uma direção especialmente
desconcertante para os judeus Americanos e para Israel.
Para começar, ao nomear uma pessoa com uma história tão consistente
de desdenho com relação à Israel, mostra que Obama não mais se importa em alienar
a vasta maioria dos judeus que votaram nele e a quem agora ele não precisa mais
cortejar.
Obama está nomeando o homem que acusou o “lobby
judaico” de deslealdade, de manter duas fidelidades e de agir como uma quinta
coluna por apoiar Israel. A visão que ele tem dos judeus é um esteriotipo
anti-semita comparável aos descritos nos Protocolos dos Sábios do Sião.
Além disso há o
histórico de votação de Hagel no Senado em relação a Israel que mostra que até
resoluções com amplo apoio tanto dos democratas quanto dos republicanos
receberam o voto negativo de Hagel. Isto o tornou o senador mais hostil a
Israel dos últimos tempos.
Mas o que mais
preocupa em relação à nomeação de Hagel é que ele também tem o histórico mais
consistente em oposição a ações contra o Irã, se opondo inclusive as sanções.
Isto sem falar
que Hagel não tem sequer qualquer experiência na área de defesa. Seus meros 12
anos no Senado americano se concentraram nos comitês de bancos, moradia, e
assuntos urbanos, comitê de inteligência, comitê de regras e administração e
comitê de relações exteriores.
Assim, Hagel
tem três problemas: suas declarações públicas, seu histórico de votação e sua
capacidade executiva.
Seis meses
antes das eleições que o reelegeram, Obama prometeu que asseguraria que o Irã
nunca teria a bomba atômica. Mas Hagel tem defendido consistentemente o
apaziguamento e a contenção com os mullas.
Neste contexto,
como pode Obama nomear Hagel, que mantem uma posição aparentemente tão oposta à
promovida em sua campanha? Ou será mesmo oposta? Que mensagem Obama estaria mandando ao Irã? A notícia da
nomeação foi festejada em Teherã com manchetes dizendo que “o senador
anti-Israel Chuck Hagel será o próximo secretário de defesa” enfatizando sua
oposição à uma ação militar contra o Irã.
Obama sabia que
até os democratas seriam contra esta nomeação. Até o New York Times e o
Washington Post, dois jornais super-liberais acharam a nomeação inapropriada.
O professor
Alan Dershowitz, que apoiou a reeleição de Obama disse que a nomeação de Hagel
enviava uma mensagem confusa aos mullas e fortalecia aqueles que disseram que
Obama estaria blefando sobre uma opção militar contra o Irã.
A liderança
judaica americana está mesmo profundamente angustiada. O AIPAC não comentou
formalmente, mas os líderes das maiores organizações judaicas americanas
excepcionalmente se uniram para condenar a nomeação de Hagel para este cargo.
Houve no
entanto, quem corresse para defende-lo. Os colunistas Tom Friedman e Roger
Cohen do NYT o descreveram como um candidato ideal, um forte amigo de Israel,
criticando duramente os líderes judaicos que tem a “chutzpah” (a coragem) de questionarem
a boa-fé política de Hagel e que estão por trás desta campanha para torpedear
sua nomeação.
A realidade, no
entanto, é que a maioria dos judeus, incluindo os democratas, estão muito
estressados com a escolha. Dershowitz diz que 95% da comunidade judaica americana
se opõe à ela.
Mas enquanto os
judeus realmente têm suas razões para não gostar das posições de Hagel, sua
nomeação tem implicações globais ainda maiores. Ela pode ser um sinal de que
Obama estaria retomando sua política inicial de engajar estados-pária em
negociações fúteis e o apaziguamento do extremismo islâmico.
Certamente haverá
muitas questões colocadas pelos senadores nas audiências para sua confirmação e
Hagel tentará minimizar ou modificar suas posições passadas. Ele já diz que
seus comentários sobre o lobby judaico foram distorcidos e que suas
declarações sempre representaram um “apoio inequivoco” a Israel.
O governo de Netanyahu
corretamente não comentou sobre a nomeação de Hagel pois seria se intrometer
num assunto doméstico de outro país. Ao contrário de Obama que disse que “Israel
não sabe o que seus interesses são” ao ouvir da probabilidade de Netanyahu será
o ganhador da eleição esta semana.
Se Hagel for
confirmado, o novo Secretário de Defesa levará consigo o histórico de apaziguamento
do Irã, de diálogo com o Hamas e de críticas severas da influência pró-Israel
em Washington.
Como disse
Dershowitz: “a nomeação de Hagel não foi só um erro para Israel mas um erro
para a América e um erro para a paz mundial”.
É certamente um
sinal de que neste segundo termo, as relações entre Israel e a administração
Obama serão ainda mais turbulentas do que previamos.
Fonte: http://deborahsrour.blogspot.com/
MAIS INFORMAÇÕES E DOAÇÃO (em inglês): http://www.iiacf.org/usa/news/ciac_co-chair_rep._trent_frankss_press_release_on_hagel_nomination/ / https://secure.donationreport.com/donate.html?key=BBRYIOCM23TJ
DEUS ABENÇOE ISRAEL E SHALOM!
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