JERUSALÉM, Israel, 10 de novembro de 2011 (Notícias Pró-Família) — Ações judiciais por “nascimento por engano”, em que médicos são responsabilizados por não descobrirem anormalidades fetais que poderiam ter levado os pais a abortar seu bebê, se tornaram tão comuns em Israel que o governo estabeleceu uma comissão para investigar a questão, conforme reportagem da revista New Scientist.
De acordo com a revista, as ações legais por “nascimento por engano” são mais comuns em Israel onde um índice mais elevado de desordens genéticas provocadas por casamentos consanguíneos tem incitado uma “cultura a favor de exames genéticos”. Israel tem visto um número estimado de 600 casos de “nascimento por engano” desde o primeiro em 1987.
Embora ações legais semelhantes nos Estados Unidos e Canadá sejam muitas vezes feitas por pais de filhos deficientes, é comum em Israel que os próprios filhos exijam compensação pelo fato de que eles não foram mortos dentro do útero.
Asaf Posner, um advogado especialista em negligência médica que faz parte da comissão governamental Matza que está encarregada de investigar a questão, obteve sentenças judiciais dando em média 4,5 milhões shekels (cerca de 1 milhão de dólares) para clientes com espinha bífida e fibrose cística.
Posner defende as ações legais, argumentando que a classe médica “se corromperia” se não recebesse nenhuma crítica.
Rabino Avraham Steinberg |
“Acho muito difícil compreender como os pais conseguem ir ao banco das testemunhas e dizer para seus filhos que ‘teria sido melhor que você não tivesse nascido’”, disse Steinberg, que também faz parte da comissão Matza.
Steinberg afirma que alguns advogados especialistas em negligência médica estão viajando para comunidades pequenas de Israel onde a procriação consanguínea é mais comum em busca de clientes potenciais.
Ele também comentou que a preponderância de tais ações legais tem feito com que médicos exagerem a probabilidade de que um bebê em gestação possa ter uma deficiência, possivelmente levando a um aumento no número de abortos.
“Mais testes significa mais falsos positivos — e isso significa mais abortos, pois os geneticistas nem sempre sabem se os resultados que indicam a possibilidade de anormalidades cromossômicas são expressivos. Eu gostaria de ver um estudo de fetos abortados para ver quantos estão enfermos”, disse ele.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
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